MITO OU VERDADE: INOX PEGA ÍMÃ? SIM OU NÃO?
Esta questão tem gerado divergências entre muitos profissionais da área de esquadrias, quando se fala na existência de magnetismo do aço inox.
Hoje em dia, o mercado dispõe de diferentes tipos de aço inox para todas as necessidades. Deste modo, é possível confirmar que — sim — o aço inox pode ser magnético. Mas isso não é uma regra.
Em algumas composições de ligas do aço há a união entre o aço, a ferrita e a austenita. A ferrita é um elemento bastante magnético. Então, a depender do seu nível na mistura, ela transparece em um determinado potencial de imantação. Apesar de trazer esse aspecto diferente e pouco convencional para essa liga metálica, o aço inox com mais ferrita continua sendo categorizado como inox.
Em aços inoxidáveis, a quantidade de ferrita pode variar de 5% a 20% do total da composição, sendo que com o valor mínimo é quase impercepơ vel a presença de magnetismo e no valor superior fica mais evidenciado.
Quanto ao velho “tabu” do não magnetismo do aço inox, é importante mencionar o informativo da norma ISO 3506 que diz: devido aos diversos processos de conformação, os aços inoxidáveis podem ser atraídos pelo imã.
Parafusos — “Quando se produz alguma coisa em aço inoxidável, como, por exemplo, parafusos de aço inoxidável, estes podem sofrer uma relação de contaminação com o ácido das ferramentas onde foram fabricados, podendo ter uma certa imutação [alteração]”, afirma Ronald Spilborghs, proprietário da Bolt Inox, uma das principais empresas distribuidoras de fixadores em aço inoxidável.
“O que normalmente também é feito, no nosso caso como distribuidores, é um processo de passivação nos fixadores. Que neste caso ficam totalmente livres de qualquer limitação e imantação”, explica Spilborghs.
Propriedades físicas — Vale lembrar que existem várias famílias de aços inoxidáveis com diferentes propriedades físicas. Jules Seeley, mestre em Física e consultor técnico-científico em Londres, Inglaterra, explica que um aço inoxidável básico tem estrutura “ferrítica” e é magnético, podendo variar com a adição de cromo e endurecido com a adição de carbono (tornando-se “martensítico”) para ser utilizado na produção de talheres, por exemplo.
“Os aços inoxidáveis mais comuns são ‘austeníticos’ — com um teor mais alto de cromo e também com adição de níquel. Neste caso, é o níquel que modifica a estrutura física do aço e o torna não magnético”, completa Seeley, em sua explicação resumida e publicada (em inglês) no site norte-americano de física e astronomia www.physlink.com, como resposta a uma das inúmeras questões feitas pelos visitantes.
Mais informações: www.boltinox.com.br
Fonte: Revista Contramarco (www.contramarco.com.br)