NA EUROPA, FABRICANTE PRODUZ “VIDRO PLANO COM O MENOR TEOR DE CARBONO JÁ FEITO”

A unidade de produção da Pilkington em St Helens, no Reino Unido, divulgou no ano de 2022 que se tornou a primeira fabricante de vidro plano (float) do mundo a alimentar seu forno com 100% de biocombustível (feito de resíduos orgânicos) durante quatro dias.

Nesse período, foram produzidos cerca de 15.300m² (ou 165.000 pés quadrados) de “vidro float com menor teor de carbono já feito”. O biocombustível emite aproximadamente 80% menos CO2 do que o gás natural tradicional usado no setor, de acordo com a direção da Pilkington.

Para evitar o “efeito estufa” – A empresa está realizando testes para encontrar alternativas sustentáveis ao gás natural por meio de um projeto de US$8,65 milhões (ou £7,1 milhões), liderado pela Glass Futures, organização de pesquisa e tecnologia da indústria, que trabalha sob o programa de inovação energética do Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial do Reino Unido. O objetivo é demonstrar que o forno pode funcionar em plena produção com combustível de baixo carbono sem afetar a qualidade do produto final.

“Nosso primeiro teste mundial em parceria com a Glass Futures demonstrou como o biocombustível apresenta uma alternativa realista de baixo carbono ao gás natural, o que permitirá que os fabricantes eliminem milhares de toneladas de CO2 de sua produção anual antes que as opções de zero carbono se tornem mais disponíveis”, diz Neil Syder, diretor-gerente da Pilkington UK.

“No verão passado, nos tornamos o primeiro fabricante de vidro do mundo a acionar um forno com hidrogênio, o que representou um grande passo em direção ao nosso futuro como uma indústria zero carbono. Mas ainda resta um trabalho significativo antes que o hidrogênio e a eletrificação sejam alternativas viáveis ao gás natural para os fabricantes de vidro, tornando os biocombustíveis um importante combustível de transição”, acrescenta Syder.

O diretor lembra que o sucesso dos testes também é importante para os muitos setores que dependem do vidro como material integrante da cadeia de suprimentos. “Agora estamos muito mais próximos de poder produzir o vidro com menos carbono incorporado, o que ajudará os desenvolvedores a criar um ambiente industrial mais sustentável”, diz o executivo.

Oportunidade real – Aston Fuller, gerente geral da Glass Futures, observa que o biocombustível representa uma oportunidade real de curto prazo para o setor vidreiro do Reino Unido liderar a sustentabilidade entre as indústrias com uso intensivo de energia. “Este teste é outro grande exemplo do que pode ser alcançado quando a indústria e seus parceiros públicos trabalham juntos para enfrentar os principais desafios e oportunidades”.

Processo industrial – Basicamente, o vidro é feito pela fusão de matérias-primas em alta temperatura, incluindo areia e vidro reciclado, até atingir a consistência de um líquido espesso e maleável. O calor gerado pela queima de gás é bombeado para uma câmara de 20m de comprimento para aquecê-la a 1.600°C. O vidro fundido é então conduzido para uma espécie de longa esteira com roldanas, na qual flutua recebendo um banho de estanho fundido. Nesse processo, o vidro torna-se perfeitamente plano antes de ser resfriado.

Primeiro teste – A Pilkington UK informa que utilizou hidrogênio em seu forno de vidro em agosto de 2021, em um primeiro teste mundial como parte do projeto HyNet de troca de combustível industrial para descarbonizar os processos industriais no noroeste da Inglaterra.

O histórico da marca destaca que o fundador, Sir Alastair Pilkington, começou a trabalhar em 1952 no processo de vidro plano em St Helens. A Pilkington Glass foi adquirida pela Nippon Sheet Glass Company (NSG) em 2006.

Fonte: Pilkington UK e Revista Contramarco