SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ENERGIA SOLAR PARA FACHADAS UTILIZA MÓDULOS COM LÂMINAS DE VIDRO

O estúdio internacional de arquitetura Kennon está projetando o edifício comercial 550 Spencer em Melbourne, na Austrália, que contará com mais de 1.000 módulos solares com lâminas de vidro em sua fachada. A conclusão está prevista para 2024. A fachada do edifício de oito andares aproveitará a luz solar para produzir 50 vezes mais eletricidade do que um sistema padrão de painéis solares instalado no telhado, comumente usado em projetos residenciais. Segundo o escritório, estima-se que essa capacidade de captação de energia limpa evite a emissão de 70 toneladas de dióxido de carbono por ano.

Visual de pele de vidro — A fachada do edifício terá 1.180 módulos solares, com aparência e espessura semelhantes a uma fachada de vidro tradicional, bem diferentes do formato dos painéis solares convencionais. A instalação escolhida é do sistema Skala, da empresa alemã Avancis, inédito no mercado australiano. “Até onde sabemos, não existe nenhum sistema de fachada solar em funcionamento na Austrália”, diz o fundador do estúdio, Pete Kennon, acrescentando que os códigos nacionais de construção e os padrões de construção naquele país ainda não prevêem produtos de fachada solar. Embora o sistema Skala seja conhecido e usado na Europa, o estúdio teve que realizar uma série de testes com especialistas locais para garantir sua segurança contra incêndio e obter a aprovação das autoridades australianas. “Nós não inventamos o produto, mas inventamos a forma como ele pode chegar ao nosso país, e nosso país é um mercado enorme por causa do acesso fácil à luz solar”, explica Pete Kennon.

Gastos menores com energia — O edifício 550 Spencer foi encomendado por um desenvolvedor privado para um terreno de esquina nas proximidades do distrito comercial central de Melbourne e vai fazer parte de uma rua principal em processo de renovação. A maioria dos módulos será colocada na fachada norte do edifício. De acordo com Kennon, o sistema produzirá mais energia do que o edifício necessita, devendo minimizar consideravelmente os custos conơ nuos de energia. Ao criar uma pele de vidro com captação de energia solar na fachada, no lugar de instalar painéis convencionais no telhado, Kennon liberou o topo da obra para criar um jardim destinado aos usuários do edifício. “O sucesso do projeto abre a oportunidade de um produto de fachada solar para a indústria australiana”, conclui o executivo, esperando que esta obra estabeleça uma referência para o futuro da geração de energia limpa em ambientes urbanos densos.

Fonte: Revista Contramarco (www.revistacontramarco.com.br)