CONSUMO DE AÇO NA AMÉRICA LATINA TEM RECUPERAÇÃO LENTA NO INÍCIO DO ANO
Dados da Alacero indicam que foram consumidas 6,2 Mt em janeiro de 2023, 19% a mais que em dezembro de 2022 e 8,4% a mais que em janeiro de 2022
De acordo com a Associação Latino-Americana do Aço (Alacero), a produção de aço bruto em fevereiro de 2023 foi de 4,5 megatoneladas (Mt), 10,8% menor que no mês anterior, enquanto a de laminados foi de 4,8 Mt, 1,6% menor, abaixo do mês de janeiro. No comparativo anual, a produção de aço bruto em fevereiro de 2023 foi 6,6% inferior à de fevereiro de 2022, enquanto a de laminados foi 12,1% maior.
Por outro lado, o consumo de laminados foi 19% maior em janeiro de 2023 (6,2 Mt) em relação a dezembro de 2022. Em relação a janeiro de 2022, foi 8,4% maior.
No início do ano, os principais setores demandantes de aço apresentaram comportamento misto no nível de atividade: alguns acentuaram a tendência negativa, como a construção, e outros deram sinais mornos de recuperação, como a produção industrial e a manufatura.
TERMÔMETRO SETORIAL
- O pior desempenho veio do setor de construção. Depois de moderar o ritmo de contração nos últimos meses de 2022, a atividade caiu mais fortemente no início de 2023. Assim, depois de cair 0,8% em média ano a ano em novembro/dezembro de 2022, caiu 2,2% ano a ano em janeiro de 2023;
- Em contrapartida, a produção industrial foi o setor que apresentou melhor desempenho. Mesmo após registrar leve queda em dezembro de 2022, a atividade cresceu 5,3% ao ano em janeiro de 2023, após cair 0,3% ao ano no último mês de 2022;
- O desempenho da manufatura foi bom na Argentina e no Peru (+6,3% e +1,1% A/A, em cada caso), países que registraram quedas ano a ano no final de 2022 (-2,7% e -4,6%, respectivamente). Por sua vez, o México registrou aceleração no primeiro mês do ano (de 2,7% a/a em dezembro-22 para 4,8% a/a em janeiro de 2023);
- Dentro da indústria, heterogeneidades também são observadas. Apesar da tração da Argentina e do México (que registraram altas anuais de 22,9% e 10,3%, respectivamente), a produção automotiva avançou em fevereiro de 2023 a um ritmo ligeiramente inferior ao do mês anterior (5,5% a/a vs. 6,0% a/a);
- A produção de máquinas continuou melhorando em janeiro de 2023, quando cresceu 8,7% ao ano, liderada por México e Chile (com expansões de 15,0% e 12,5% a/a, respectivamente), enquanto a fabricação de eletrodomésticos se recuperou após 17 meses em território negativo, registrando um aumento ano a ano de 1,7%. Neste último caso, o impulso na Argentina (19,2% ano após ano) foi fundamental, assim como uma contração mais moderada no Chile, Peru e México (-4,4%, -9,0% e -12,4%, de -35,2%, -23,6 % e -17,3%, respectivamente).
PRODUÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO E CONSUMO DE AÇO
“A situação internacional exige extrema atenção da nossa indústria regional local. Com a produção de aço da China caindo diante da forte pressão interna e externa para reduzir as pegadas de carbono, agora há espaço para os países emergentes redirecionarem seu fornecimento de produtos acabados. Assim, gera-se uma boa oportunidade para novos negócios e para a intensificação do comércio intrarregional entre os países latino-americanos”, afirma Alejandro Wagner, diretor executivo da Alacero.
“Outro foco de atenção é a iminente aprovação pelos países da União Europeia (UE) da versão final do Coal Border Adjustment Mechanism (CBAM), que visa controlar a entrada na UE de determinadas mercadorias importadas de países não pertencentes à UE que tenham com regulamentações sobre emissões de carbono consideradas menos rígidas pela Comissão Europeia, abrindo também um alerta para os países latino-americanos que têm negociações comerciais com esses países”, acrescenta.
DADOS EM DETALHE
Produção de Aço Bruto:
- A produção de fevereiro de 2023 foi 6,6% (4,5 Mt) inferior à de fevereiro anterior (4,8 Mt em 2022) e 10,8% inferior à do mês anterior (5,0 Mt). Nos primeiros 2 meses de 2023 ficou 4,6% abaixo do mesmo período do ano anterior. Com 9,6 Mt totais.
Produção de Laminados:
- A produção de fevereiro de 2023 foi 12,1% (4,7 Mt) superior à de fevereiro anterior (4,2 Mt em 2022) e 1,6% inferior à do mês anterior (4,8 Mt). Nos primeiros 2 meses de 2023 ficou 10,8% acima do mesmo período do ano anterior. Com 9,6 Mt totais.
Comércio de laminados:
- As importações de janeiro totalizaram 1,9 Mt (+92 Mt em um mês), 13,3% a menos que em janeiro anterior (2,2 Mt) e 4,9% a mais que no mês anterior (1,8 Mt importadas em dezembro de 2022).
- As exportações, por sua vez, registraram 607 Mt (-138 Mt em um mês), 34,7% a menos que em janeiro anterior (930 Mt em 2022) e 18,5% a menos que no mês anterior (744 Mt exportadas em dezembro de 2022).
Consumo de Laminados:
- Em janeiro de 2023 foram consumidas 6.1 Mt (+983 Mt em um mês), valor que representa um aumento de 8,4% em relação a janeiro anterior (5.6 Mt em 2022) e 19,0% superior ao mês anterior (5,1 Mt em dezembro).
OS NÚMEROS FINAIS DE 2022 PARA A LATAM
Em 2022, o consumo aparente da região, que em 2021 foi de 75,1 Mt (+25,7%), registrou queda esperada de 8,7%, fechando em 68,5 Mt. Isso representa 107 kg/per capita, igual à média da safra 2015-2019 período. Por sua vez, 2022 fechou com uma produção de aço bruto na LATAM de 62 Mt (-4,1% vs. 2021) e 54 Mt de aço laminado (-3,4% vs. 2021).
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